Mas no último domingo (27/12), assistindo há um desses programas na TV Brasil, o assunto tratado pelos integrantes foi outro. Jornalistas e ex-jogadores de futebol fizeram um debate sobre o uso da tecnologia na arbitragem, como meio de acabar com os erros dos árbitros nos jogos de futebol.
Todos os integrantes da mesa se mostraram a favor do uso de aparelhos eletrônicos como forma de ‘auxílio’ aos árbitros. Teve gente que comparou o futebol ao tênis, onde o jogador pode pedir ao arbitro de cadeira, uma espécie de revisão para ver se o lance foi legal ou não. Outros defenderam a tese de que seja usado imagens de televisão para solucionar lances como o gol, e outros pediram a utilização de chip eletrônico nas bolas.
Não entendo um centésimo do que aquelas pessoas entendem, nem tenho experiência de copas do mundo como alguns ali tinham, mas tenho uma opinião totalmente diferente da proposta por aqueles profissionais de imprensa e ex-jogadores.
Imaginem se a FIFA decidir que cada técnico possa escolher um lance por jogo para tirar as dúvidas através dos telões que existem nos estádios. Leão e Luxemburgo usariam as suas antes dos primeiros quinze minutos. E se mesmo assim, a interpretação do árbitro for outra?
E se o jogo fosse em um estádio onde não existem telões, ou emissoras de televisão com suporte para mostrar imagens nítidas para se tirarem duvidas? Como Estados, ou até mesmo países, onde o futebol não possui o mesmo investimento que os grandes centros possuem, vão investir nessa tecnologia?
Mas e quanto ao uso da bola com chip dentro? Eu tenho minhas dúvidas. Para que ela serviria? Para ver se a bola ultrapassou a linha em um lance duvidoso, certo? Mas em relação a impedimentos, pênaltis, toques de mão? Acredito que não foi pensado nisso. Sem contar que ela teria o mesmo problema do exposto acima, o investimento há ser feito por federações para o uso desse material.
O tempo de uma partida de futebol deveria ser reduzido na metade, tamanha seriam as reclamações de técnicos e jogadores, sabendo que a qualquer momento poderiam paralisar o jogo em busca de levar vantagem sobre esse ou aquele lance.
A magia do futebol está na polêmica, na discussão de bar, nos comentários dos mais variados sobre os lances, nos programas de domingo após cada rodada. Que graça teria o futebol sem a dúvida da jogada que, aos olhos de uma câmera, depois de três vezes reprisados alguém consegue tomar uma decisão, ao contrário do arbitro, que tem aquele instante para decidir o lance.
Os árbitro no Brasil precisam muito melhorar, e só a profissionalização deles não seria o necessário. Mas usar a máquina para definir uma partida de futebol, seria tirar desse esporte todo o charme e a polêmica que encanta seus amantes.