segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mais uma de Dunga!

Era Junho de 1990, eu com apenas 10 anos, assistia a eliminação da seleção brasileira para a Argentina, pela Copa do Mundo da Itália. Naquela época, uma criança ainda, nunca tinha visto o Brasil ser campeão do mundo, título que naquele ano, completaria duas décadas desde a última conquista.

A crônica esportiva brasileira havia escolhido um vilão. Na verdade dois, porque o técnico, no caso Sebastião Lazaroni, sempre levará esse rótulo em caso de fracasso no mundial. O outro foi Dunga, massacrado indevidamente por ‘emprestar’ o seu nome para aquele time, na famosa ‘era Dunga’.

Muito se comentou e falou sobre esse gaúcho que foi sempre exemplo de liderança e raça dentro de campo. Foi preciso quatro anos até a Copa dos Estados Unidos, para que ele, sobre o olhar desconfiado de milhões de brasileiros, pudesse dar a volta por cima e levantar a taça para o Brasil, quebrando um jejum de 24 anos sem títulos.

Nessa copa, Dunga foi capitão, marcou, deu passes, carrinhos, liderou e foi de uma frieza impressionante durante os 120 minutos da final contra a Itália, principalmente quando assumiu a responsabilidade de cobrar um dos pênaltis da decisão.

Agora, o tão criticado volante da Copa da Itália, era o capitão do tetra e estará eternizado na história do futebol nacional levantando a taça da Copa dos Estados Unidos.

Passaram-se 15 anos após o tetracampeonato da seleção, agora como técnico, Dunga ainda sofre, grita, gesticula, tenta dar corpo a seleção. Pelos gestos visto no banco de reservas, nota-se que se pudesse, entraria em campo para fazer do seu jeito. Ou seja, jogar objetivamente e dando o máximo pela equipe.

Sabe que, como treinador, estará sempre refém de resultados. Sabe também, que não é o predileto do torcedor brasileiro, e que como Parreira em 94, foi chamado de burro em vários jogos da seleção nas eliminatórias para depois se transformar em campeão do mundo.

Título esse que parece amadurecer a cada campeonato disputado pela seleção. Dunga tem estrela, prova disso foi a semifinal contra a África do Sul. Ganhou Copa América e agora Copa das Confederações, são oito vitórias consecutivas, um ano de invencibilidade, líder das eliminatórias e a menos de um passo do próximo mundial. Não precisa dizer que pela seleção principal ainda não perdeu para a Argentina, aquela mesma seleção que um dia quase abreviou sua vida com a camisa canarinho.

Dunga está de parabéns, apesar de toda sua teimosia, de ter nos primeiros anos de comando, virado um fantoche nas mãos da CBF S/A, ele provou mais uma vez ao povo brasileiro que está fazendo o máximo pela sua pátria, e que, se os torcedores confiarem em seu trabalho, o Hexa ano que vem é uma questão de tempo.

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