sexta-feira, 23 de julho de 2010

Muricy, CBF e a Rede Globo


No fim da manhã de hoje (23) a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o convite à Muricy Ramalho, para ser o novo técnico da seleção até a Copa de 2014, que será realizada no Brasil. Vários especialistas e comentaristas esportivos postaram em seus blogs ser uma boa opção para substituição de Dunga, que não conseguiu trazer o hexa para o país na Copa da África do Sul.

Muricy foi eleito por quatro vezes consecutivas o melhor comandante de clubes durante as temporadas de 2005 à 2008, treinando Internacional-RS e São Paulo, e só não foi tetra-campeão brasileiro de forma consecutiva pelo Palmeiras no ano passado, por conta do limitado elenco alviverde que liderou o campeonato por quase toda a competição e por brigas de políticas internas dentro do clube.

Nunca opinou ou se ofereceu à confederação em busca de tomar o lugar de outros treinadores, como fez Vanderlei Luxemburgo por várias vezes, durante os quatro anos que se passaram.

Agora, à frente do Fluminense e liderando o maior campeonato do país de maneira isolada, ele sabe que chegou sua vez, nesse que pode ser chamado como o mais difícil trabalho de um técnico de futebol na história de uma seleção brasileira, pela pressão interna de ter que vencer a competição em casa.

E melhor, não terá que conviver com fantasmas como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e tantos outros que foram massacrados pela imprensa nacional durante a Copa de 2006 e que foram lembrados pela mesma, como soluções para a seleção de Dunga.

A CBF por vez pretendia um técnico de ponta para comandar a seleção brasileira, com bagagem, experiência e acima de tudo profissionalismo.

Alguém que pudesse confiar a ponto de apagar as atuações fracassadas das últimas seleções em Copas do Mundo.

Precisava também fazer as pazes de um relacionamento longo, que foi abalado durante a estadia brasileira no continente africano. Ou seja, a Rede Globo de Televisão.

A mesma que por décadas entrava e saia das concentrações como integrantes da comissão técnica. Aquela que tem todos os acessos possíveis a jogadores, treinadores, roupeiros, cozinheiros. Que se duvidar, tinha alojamento dentro da Granja Comary em Teresópolis, para acompanhar os atletas até a hora de dormir.

Como isso foi nulo durante a Copa-2010, havia de ter um jeito para que CBF e Globo selassem a paz.

E essa reaproximação começou a ser desenhada no dia 4 de julho, quando por telefone, da África do Sul, o intocável Ricardo Teixeira dispensou Dunga e toda sua comissão técnica, incluindo o “sócio” Américo Fária.

Hoje, com o anúncio do convite à Muricy, Teixeira mostrou que o episódio 2010 está superado. Entrou ao vivo durante a transmissão do Globo Esporte e disse de forma exclusiva ao repórter Érick Faria a conversa que teve com o novo técnico da seleção.

E pela “exclusividade” que deu à Globo, já da para imaginar que um dos assuntos tratados foi a volta da emissora a seu “habitat natural” ou seja, integrando a comissão técnica.

Resta saber se o “zangado” novo técnico da seleção terá paciência para responder às perguntas dos repórteres sem ofendê-los.

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