terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A arbitragem eletrônica e o futebol.

Para os amantes do futebol, essa época do ano é realmente cruel. Não há jogos, os programas esportivos são de pouca duração e o que trazem são especulações sobre o mercado do futebol e as expectativas para um novo ano, onde o torcedor fica esperançoso em ver seu time em busca de títulos.

Mas no último domingo (27/12), assistindo há um desses programas na TV Brasil, o assunto tratado pelos integrantes foi outro. Jornalistas e ex-jogadores de futebol fizeram um debate sobre o uso da tecnologia na arbitragem, como meio de acabar com os erros dos árbitros nos jogos de futebol.

Todos os integrantes da mesa se mostraram a favor do uso de aparelhos eletrônicos como forma de ‘auxílio’ aos árbitros. Teve gente que comparou o futebol ao tênis, onde o jogador pode pedir ao arbitro de cadeira, uma espécie de revisão para ver se o lance foi legal ou não. Outros defenderam a tese de que seja usado imagens de televisão para solucionar lances como o gol, e outros pediram a utilização de chip eletrônico nas bolas.

Não entendo um centésimo do que aquelas pessoas entendem, nem tenho experiência de copas do mundo como alguns ali tinham, mas tenho uma opinião totalmente diferente da proposta por aqueles profissionais de imprensa e ex-jogadores.

Imaginem se a FIFA decidir que cada técnico possa escolher um lance por jogo para tirar as dúvidas através dos telões que existem nos estádios. Leão e Luxemburgo usariam as suas antes dos primeiros quinze minutos. E se mesmo assim, a interpretação do árbitro for outra?

E se o jogo fosse em um estádio onde não existem telões, ou emissoras de televisão com suporte para mostrar imagens nítidas para se tirarem duvidas? Como Estados, ou até mesmo países, onde o futebol não possui o mesmo investimento que os grandes centros possuem, vão investir nessa tecnologia?

Mas e quanto ao uso da bola com chip dentro? Eu tenho minhas dúvidas. Para que ela serviria? Para ver se a bola ultrapassou a linha em um lance duvidoso, certo? Mas em relação a impedimentos, pênaltis, toques de mão? Acredito que não foi pensado nisso. Sem contar que ela teria o mesmo problema do exposto acima, o investimento há ser feito por federações para o uso desse material.

O tempo de uma partida de futebol deveria ser reduzido na metade, tamanha seriam as reclamações de técnicos e jogadores, sabendo que a qualquer momento poderiam paralisar o jogo em busca de levar vantagem sobre esse ou aquele lance.

A magia do futebol está na polêmica, na discussão de bar, nos comentários dos mais variados sobre os lances, nos programas de domingo após cada rodada. Que graça teria o futebol sem a dúvida da jogada que, aos olhos de uma câmera, depois de três vezes reprisados alguém consegue tomar uma decisão, ao contrário do arbitro, que tem aquele instante para decidir o lance.

Os árbitro no Brasil precisam muito melhorar, e só a profissionalização deles não seria o necessário. Mas usar a máquina para definir uma partida de futebol, seria tirar desse esporte todo o charme e a polêmica que encanta seus amantes.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Seremos anfitriões dessa maneira?

O país que será sede da Copa do Mundo de 2014 provou mais uma vez a incompetência e desorganização das pessoas que estão a frente do nosso futebol, além do despreparo da polícia e selvageria de torcedores.

Em um domingo, onde a alegria deveria imperar em campo, como no jogo do título conquistado pelo Flamengo depois de quase duas décadas, se transformou em confusão antes mesmo da bola rolar.

Torcedores compraram ingressos falsos durante a semana nas bilheterias do Maracanã e não conseguiram entrar, outros eram puxados para dentro do estádio sem passar pelas catracas, houve confronto de torcedores com a tropa de choque da Polícia Militar.

E o cidadão, o torcedor, aquele que leva alegria aos campos, mais uma vez foi enganado por essa “quadrilha” que age dentro e fora das bilheterias dos estádios brasileiros. Não foi a primeira nem será a ultima vez do acontecido, com certeza ano que vem ocorrerá tudo da mesma maneira.

Estatuto do torcedor? Rasgue tudo e coloque fogo, no Brasil ele não serve para nada!

No jogo inverso ao do Flamengo, cenas de selvageria e brutalidade na partida que rebaixou o Coritiba, na capital dos paranaenses. Após o término da partida, torcedores do Coxa invadiram o campo para agredir o trio de arbitragem. A polícia entrou em ação, mas precisou de reforços para afastar os torcedores exaltados.

A cena deprimente e que vai ser vendida para o mundo, é a de um helicóptero da Policia Rodoviária Federal descendo em campo para enfrentar os torcedores no gramado. A equipe do Fluminense desceu para o vestiário em meio ao tumulto generalizado.

Essa falta de seriedade e de postura de todos os envolvidos no futebol, incluindo dirigentes, jogadores, torcedores, árbitros e presidentes de federação mostra a realidade que se encontra o esporte mais popular do mundo em nosso país.

Leis no Brasil não são aplicadas, o cidadão é a parte fraca da corda, enquanto espertalhões vivem enriquecendo com o dinheiro alheio.

Para quem vai sediar uma copa e logo depois os jogos olímpicos, já passou da hora de tratar o esporte a sério, respeitando quem faz dele o espetáculo, além de se preocupar mais com a questão de segurança que se tornou um problema nacional a muito tempo.

O interesse das pessoas envolvidas com esses grandiosos eventos da esfera esportiva, por enquanto é apenas nos valores que serão investidos em estádios e centros de treinamentos, além das obras de infra-estrutura que cada prefeito das cidades sedes vai “abocanhar” do dinheiro público.

Ninguém até agora se preocupou (pelo menos não divulgou) em quantos policiais terão que ser contratados pelo Estado, e qual o tipo de treinamento será condicionado a eles. Se dentro de um estádio, a polícia não possui suporte para conter os ânimos de torcedores, imaginem em uma ameaça de bomba, ou ataque terrorista?

Os planos para quem faz o espetáculo, e que torna as competições esportivas atraentes, que somos nós, cidadãos comuns, devem ser colocados em prática já, com respeito, responsabilidade e comprometimento.

Não apenas para que os “gringos” possam ser bem recebido em épocas de calendário esportivo, maquiando uma realidade totalmente diferente do nosso país.

Em tempo:
Parabéns ao Flamengo pela conquista do título.
À Vasco, Atlético-GO, Guarani e Ceará pelo acesso à série A.
E sorte as equipes do Sport, Náutico, Santo André e Coritiba, para que voltem o mais rápido possível à série A.